quinta-feira, 1 de julho de 2010

às vezes, aprende-se pela negativa (*)

às vezes, somos tão sérios, queremos ser tão institucionais, tão profissionais, que nos esquecemos das pessoas, e nem sequer nos lembramos que somos pessoas também.
fazemos um ar enfatuado, eficiente, assertivo, sem nos importarmos em perceber para quê.
e não nos importamos se toda esta pose nos afasta, em vez de nos aproximar dos outros.
porque somos maiores, superiores, claro...
temos de ser imunes a tudo o que nos pode fazer vacilar: emoções, afectos, etc, enfim, aquilo que faz tudo valer a pena, não interessa nada. não cabe neste personagem que fomos nós que escolhemos representar.
e continuamos a passar pelas coisas sem sentir, sem ver. talvez seja mais fácil não nos envolvermos. não sofremos. mas também não rimos muito, não nos apaixonamos. é mais fácil, assim, achamos, defender-nos dos outros e de nós próprios.
e somos uns tristes, sòzinhos, mas muito eficientes. ninguém nos respeita, ninguém aprende nada connosco, ninguém quer ser assim.
quando aprenderemos a entregar-nos sem medo? a apaixonar-nos só porque sim? a ser verdadeiramente gente?
(*) quando achamos ser grandes, somos mesmo os mais pequenos. por isso mesmo, este texto foi intencionalmente escrito sem maiúsculas.

domingo, 23 de maio de 2010

Your songs once more

Outubro de 2008 foi um mês triste. No "Vou pelo Sonho", o meu blogue de então, falei de ti, Gonçalo. E nos dias seguintes, imaginei ver-te no céu, percebi que continuavas a falar-me... e recordei YOUR SONGS.
Hoje, no concerto do Elton John, enquanto ouvia aquelas músicas, uma vez mais lembrei-me tanto de ti... Foi como se tivesse estado ali por nós os dois. E à frente do palco, lá em cima no céu, uma única estrela. Tive a certeza que eras tu.

terça-feira, 30 de março de 2010

Não sabia que era uma fora-de-lei...

Não dá para acreditar: nove meses a guiar sem carta. Não é bem sem carta, já que a carta existe - estava era caducada... há 8 meses!
E sabem porquê?
Porque eu sou distraída? Não!
Porque eu sou muito distraída? Não!
Simplesmente porque adoro receber cartas.
"Passou-se"... estão agora a pensar. Não passei nada, e é verdade, sim: deixei caducar a carta de condução porque adoro receber cartas, mas cartas de gente de quem gosto.
Ou seja, só gosto de receber cartas manuscritas, de preferência, e de pessoas que conheço e de quem gosto. Não gosto de cartas saídas de uma impressora. E, até agora, evitava muitas vezes abrir cartas dessas.
Pois é: por isso é que não abri uma carta do ACP, de Maio de 2009, que me avisava que a minha carta ia caducar em Agosto.
Só a vi na 5ª feira passada, porque me obriguei a "limpar" uma data de cartas daquelas de que não gosto - bancos, seguros e quejandos - que já quase enchiam uma gaveta da cómoda da sala, quase todas dentro dos respectivos envelopes ainda muito bem coladinhos.
Fiquei em estado de choque... e se tivesse sido "apanhada"? Deve ser uma multa jeitosa!
Passei a andar a pé e de metro, enquanto tratava de arranjar uma consulta para conseguir o atestado médico que é preciso para a renovação da carta, e aproveitei também para fazer dieta, já que o Verão agora já se consegue adivinhar apesar do frio que ainda está.
Bebo para aí 3 litros de água por dia - acho que se me picar vou deitar água em vez de sangue, e doem-me as pernas do que tenho andado.
Hoje fui a um médico que me passou o atestado sem sequer saber se sou completamente maluca da cabeça ou se não vejo um palmo à frente do nariz e, ao fim do dia, consegui a guia que substituirá a carta de condução.
Amanhã já posso ir trabalhar outra vez de carro, mas enquanto conseguir, vou continuar a ir de metro depois de uma caminhada de 20 minutos.
(Se, com esta brincadeira, não conseguir emagrecer que se veja, nem o susto me terá valido. E serei à mesma uma ex-fora-de-lei, mas uma ex-fora-de-lei com peso a mais.)
E, confesso, desde 5ª feira passada, dia em que encontrei a tal carta do ACP, qualquer envelope que caia dentro da minha caixa do correio, por mais desinteressante que me possa parecer, que caia dentro da minha caixa do correio, é aberto e o respectivo conteúdo cuidadosamente escrutinado. Nem mais uma conta da água por pagar, nunca mais!
Mas, vá lá, se alguém quiser mandar-me uma carta decente, envelope com bom aspecto, o meu nome escrito a tinta, de preferência tinta permanente (lembram-se?), numa letra bonita, com personalidade, prometo que essa será a primeira a ser aberta e nem é preciso prometer que, ao contrário de todas as outras, terei todo o prazer em lê-la.
Já não dá tempo para mandar cartas até à Páscoa e, além disso, os e-mails já servem para tudo, pelo que aproveito para desejar a todos (os muito poucos que aqui vêm) uma Santa Páscoa. Ah, e cuidado com as amêndoas: engordam e partem dentes!
Beijinhos

P.S. Não tarda nada, acabo também com este blog. Lembram-se do "Video killed the radio star"? Estou convencida de que muitos blogs estão a ser assassinados pelo Facebook. E acho mesmo que este é um dos próximos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Está tudo doido, ou quê?

O que é que deu a esta gente, este ano, para terem aparecido aqui há tempo no Facebook a pedir aos amigos que votassem na canção da amiga, da prima, ou não sei de quem mais? Eu estranhei esse pedido, vindo de quem veio. Afinal, o assunto era o Festival da Canção, imagine-se! Uma coisa que essas pessoas também deviam achar, tal como eu, que já estaria morta e enterrada há séculos! Há para aí 30 anos que ninguém liga ao Festival, mas enfim...
Pronto, mas os cantores eram amigos ou da família, e a gente entusiasma-se, sei lá... E eu, que nunca mais me tinha lembrado daquela tentativa de "caça ao voto", de repente, há bocado, aterro em cheio no Festival da Canção, completamente por acaso.
E nem queria acreditar. Que mau... Gente desafinada ou sem voz, músicas pimbíssimas, algumas, Lisboa cantada em rumba, enfim, (ou)vi de tudo um pouco.
O que não ouvi foi uma única canção decente, garanto. Nem uminha só. E parece que´daqui a dois dias vai haver outra tranche disto, com outras tantas canções, para completar os finalistas que irão à final, ou lá o que é.
Se for do mesmo nível, só espero que não me aconteça o mesmo que hoje, ou então, se estiver em casa, que nem ligue a televisão. Ou, se ligar, que não saiba onde raio se meteu o comando, para nem poder fazer zapping.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Num mês só

Faz precisamente hoje um mês que não escrevo nada aqui. Yet, entretanto, tanta coisa se passou. Tanta coisa que poderia ter dado o mote para novos posts…:

Um terramoto brutal no Haiti matou mais de 200 mil pessoas, devastando uma terra que já antes era miserável;

O meu país não ruiu fisicamente, mas as pessoas sentem-se impotentes perante a arrogância e preparam-se agora manifestações reivindicando Liberdade, um dos consagrados Direitos do Homem;

Almocei com dois amigos que não via há muito, e falámos tanto, rimos tanto, que os empregados desistiam de se abeirar da nossa mesa porque nem nos dávamos ao trabalho de lhes responder, simplesmente porque tínhamos que aproveitar bem o pouco tempo que nos restava para estar juntos. Adorei o polvo à lagareiro e a conversa!;

Fui ao S. Luís, ver “A Cidade”, de Aristófanes, com encenação e adaptação de textos do Luís Miguel Cintra, que é também um dos actores em cena, com muitos outros que já me fizeram rir em programas como o “CREDO - Canal Regional do Enterior Desquecido e Ostracizado” ou, mais recentemente, “Os Contemporâneos”. Pois, mas odiei. E como não andei na tropa e nunca dormi numa caserna, nunca tinha visto tanta gente a dormir à minha volta.

Vi 2 ou 3 filmes no cinema, cujo nome já nem lembro. Também fui ver o “Avatar”, mas achei que demorava tempo demais. E cansei-me de ter de estar com aqueles óculos postos. Para grande espanto de um grande amigo meu, não chorei. Mas estou curiosa para ver quantos Óscares vai ganhar (não o amigo, mas o filme, claro).

A minha Mãe foi “à revisão”, e está óptima, graças a Deus.

Um bode atacou uma funcionária lá da quinta, julgando que se tratava de uma das cabras do seu harém. Já tratámos de tentar arranjar uma consulta de oftalmologia para o bode, mas ficou em lista de espera, claro. Temo que volte a dar problemas enquanto não usar óculos.

Comprei um vestido num saldo, por 1 euro. Foi o meu recorde. Claro que duvido muito que alguma vez o ponha. Até porque não me serve, a menos que emagreça.

O meu príncipe, que já foi sapo, continua feínho, sim, e de pés para dentro. Vive na minha casa-de-banho e às vezes rio-me só de olhar para ele.

Uma amiga minha deixou a chave dentro de casa e precisou de ir buscar a da empregada a casa desta. Tivémos que ir à noite procurá-la à Pontinha. Só a conversa animada disfarçou a falta de graça daquele sítio.

Descobri uma loja fantástica, com coisas baratíssimas, e também fui ao mercado mensal lá da terrinha. Sozinha nunca encontro nada de jeito, mas fiz óptimas compras, graças às primas.

Fiquei impressionada com uma história verídica que me contaram: um adolescente atirou-se de uma janela por se ter zangado com a namorada.

Na mesma semana, almocei em casa de uma prima e tive o jantar de anos de outro primo. E gostei muito de estar com todos.

Tirei um dia de férias e passei-o com a minha Mãe. Num bocadinho, fui visitar o meu autarca preferido. É sempre bom conversar com ele.

O meu afilhado foi Crismado no domingo passado. Desta vez teve uma madrinha fantástica. Nesse dia aprendi uma data de nomes de ordens de freiras que nunca tinha ouvido.

Encontrei uma costureira que faz arranjos e vai a casa buscar e entregar as coisas. Amanhã recebo uma data de calças com as baínhas prontas.

Um bode atacou uma funcionária lá da quinta, julgando que se tratava de uma das cabras do seu harém. Já tratámos de tentar arranjar uma consulta de oftalmologia para o bode, mas ficou em lista de espera, claro. Temo que volte a dar problemas enquanto não usar óculos.

O Facebook mudou algumas coisas e não me entendo assim muito bem com aquilo agora. Mas continua a ter alguma piada. Continuo a não jogar Farmville.

Fui visitar o meu autarca preferido. É sempre bom conversar com ele.

Roubaram-me uma grelha da frente do carro, que não faço ideia de quanto custa. Só sei que não tenciono substituí-la.

Sairam-me 9 euros e qualquer coisa no Euromilhões. Continuo a acalentar o sonho...

O meu filho acabou o curso (já é “Chef”). Duas horas depois, foi de férias para Londres. Voltou ontem, muito satisfeito, e com uma gabardine Burberry’s comprada em Camden em segunda mão, e um presente “super-exquisite” para “moi”…

Provei Atta laevigata! Coberta de chocolate amargo! Só para que conste: é uma formiga gigante da Colômbia. E prometo não repetir a façanha!

Estou um bocadinho mais gorda (*). Irra!


(*) Não vale aquela do "Claro, como é que queres não engordar, se agora até formigas com chocolate comes!?"

domingo, 10 de janeiro de 2010

E neve em Lisboa, não? - Santos populares em Janeiro

Ó meu querido São Pedro
Enquanto cá não é Verão
Se neva em todo o país
Em Lisboa porque não?


Já agora...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ainda vou a tempo

Com a guerra que tive ontem com o Blogger, que me fez demorar horas a criar este blog - não me estava a correr mesmo nada bem, esqueci-me de dizer que

SE por acaso apareceu aqui e eu ainda não lhe disse nada no Facebook ou de outra maneira qualquer, aqui vai:

Desejo a todos um ÓPTIMO ANO, cheio de coisas boas. Ah, e sejam muito BEM-VINDOS a este meu/vosso novo blog!

Um blog sem visitas e sem comentários é muito solitário e pode ser uma coisa mesmo sem graça, pelo menos para o autor. Por isso, conto convosco para dar graça ao meu!

Para que não restem dúvidas

A Hola diz que o Kyril da Bulgária está livre... mas a mim calhou-me um sapo.

Hoje é Dia de Reis, último dia da época de Natal. Último dia, portanto, em que ainda teria “desculpa” para continuar a comer doces. Mas consigo resistir ao Bolo-Rei, e este ano acabaram-se depressa aqueles irresistíveis sonhos com calda de açúcar.

Em vez de comer doces, para não engordar, no Dia de Reis, posso abstrair-me dos Reis Magos do presépio, e, por exemplo, fazer trocadilhos com a palavra “rei”, ou com o ditado “Rei morto, Rei posto”. É um bom dia, como qualquer outro, para dizer “Blogue morto, blogue posto”, como quem diz “Rei morto, Rei posto”.

Enfim, é bom dia para dizer isto como para outra coisa qualquer, mas, o que é verdade, é que o “Vou pelo Sonho”, o blogue que criei faz agora dois anos, estava já um bocadinho moribundo e apetece-me mudar. Até porque, de há uns tempos para cá, estava a ser invadido por mensagens em chinês ou numa língua qualquer que podia querer parecer inglês, mas em inglês não fazia qualquer sentido, o que me fazia ter preguiça de continuar a escrever lá. Para além de que os meus leitores, se alguma vez os houve, pareciam ter emigrado para planetas sem internet, porque quase desapareceram. Para planetas sem internet não, já que os vou encontrando no Facebook, mas isso daria pano para mangas… Estava a gente tão sossegadinha com os nossos blogues, com os nossos leitores, os mais e os menos assíduos, desata tudo a criar perfis no Facebook (eu também), e deixámos de ter tempo para a blogosfera. Deve ter sido por isso que outros blogues de amigos também acabaram ou estão adormecidos há muito tempo.

Mas faz-me falta escrever. E resolvo insistir. Começar de novo. Tentar outra vez.
Com outro nome, nova roupagem, pode ser que os “invasores” não gostem, e os outros tenham curiosidade em ver o que daqui sai. A ver vamos.

E porque hoje é Dia de Reis, quero deixar aqui a minha pequena homenagem não a um Rei, mas um Príncipe. Este:

Não é um príncipe como os dos contos de fadas de quando éramos crianças, que eram todos bonitos e montavam cavalos brancos. Acho que não dizia em parte nenhuma que eram bonitos, mas deviam ser: pelo menos, os cavalos, pela descrição, e depois pelo que vimos nos filmes da Disney, eram belíssimos puros-sangues árabes.

Este príncipe não é bonito, não senhores. Mas para quem começou por ser um sapo…

Um sapo, sim. Eu conto tudo: uns amigos muito queridos deram-me de presente de Natal… um sapo! É verdade! Um sapo que se transformaria em príncipe, aqui sim, tal e qual como nos contos infantis. E a minha sorte é que, para isso, não foi preciso dar-lhe um beijo. Bastou pô-lo em água e, umas horas depois, o animal, que, como muitos outros sapos, era completamente verde, transformou-se num príncipe!
Atarracado e de pés para dentro, mas um príncipe. Muito feínho, mas de coroa na cabeça!

Parece apenas um homenzinho baixote, um homúnculo, de botas altas pretas e calças castanho-encarniçado (cor impensável para calças de homem que se preze), camisa branca e coroa - de príncipe?.
Com a sorte que eu tenho nestas coisas, vai-se a ver e é gay, ou então é só um empregado de mesa de um restaurante de meia-tigela, de botas altas e coroa dourada, vá-se lá saber porquê, a celebrar exuberantemente o Dia de Reis!